Venha ver, é só um instante. Deixe-me mostrar o quanto escrevo sobre você. Como os meus papéis te conhecem, e meus lápis te desenham. Deixe-me mostrar como o meu coração te enxerga e como eu preciso de você…

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Por que você me olha e sorri?

Sinto como se as funções de sua boca
fossem transferidas para o seu olhar.
Sua boca apenas sorri...
No olhar, você me esconde seus pensamentos.
Pensamentos que me pertencem, já que são
ao meu respeito.
Sem dúvidas, eles são meus.

Mas, você os guarda...
Esconde-os da própria dona!
O que me resta é esperar, anciosamente,
que os seus olhos deixem a sua boca
contar-me o segredo dos seus pensamentos.

sábado, 6 de outubro de 2012

Na calçada lá da rua

Apodrece Jovino
Entregue a bebida
Abandonado pelo amor,
Vê a vida passar
Na carona do bondinho.
Apaixonado pela moça de chapéu azul
Chora todos os dias pela invisibilidade que possui
Aos olhos de quem passa.
Coragem de levantar não tem.
Ânimo de trabalhar, muito menos.
Pela falta de força para viver
Está condenado a companhia
Das garrafas de bebida
E a sua estadia na calçada fria.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Preciso dizer:

Não te quero mais!
Perdoe-me
Já não posso te carregar
Pesado demais anda esse meu coração
Que já te suportou tempo suficiente
Desculpe querida...
Sei que muitas palavras em meus poemas já foram para você
Mas, não te quero mais!
Perdão!
Minha vida estaria sempre fadada a dor
Se contigo preferisse ficar.
Entenda, grosseria não é o meu forte
Peço-te que compreenda as minhas singelas palavras
Meu último poema à você... Tomara!
Sim, talvez um dia eu volte para ti com o olhar desconssolado de um 'cachorro pidão'
Porém, nesse instante, é preciso que seja dito:
Não te quero mais!
Oh, querida Saudade, vá logo embora
Antes que a sua presença doa mais ao meu pobre coração.

Cinzas de outono

É outono.
onde está aquele amor?
De donzela apaixonada
Onde está tua risada?
Onde está, onde se encontra?
Tua flor preferida, nem lá a vejo mais.
Só formou-se uma ferida
Do desamor de um tal rapaz.
Nem tulipas, margaridas
Só há restos, só há cinzas
Só escombros, nada mais.

Venha ver, é só um instante. Deixe-me mostrar o quanto escrevo sobre você. Como os meus papéis te conhecem, e meus lápis te desenham. Deixe-me mostrar como o meu coração te enxerga e como eu preciso de você…

"Não te darei flores

Não te darei elas murcham, elas morrem
Não te darei presentes não te darei pois envelhecem e se desbotam
[…]
Dar-te-ei finalmente os beijos meus
Deixarei que esses lábios sejam meus, sejam teus.
Esses embalam…esses secam…mas esses ficam.


(Marcelo Jeneci)

Ah, querida Cecília...


(…) mas gosto de você como se gosta das coisas que não se tocam, mas se têm. Como a beleza do céu no início da manhã ou no fim da tarde, que tudo que podemos fazer é guardar atrás dos olhos fechados. Te guardo assim, no infinito dos amores não vividos. Só ama pra sempre quem morre apaixonado."

Vinícius de Moraes


"Foi muito lindo você ter vindo sempre sorrindo
Dizendo que não tem de quê. 
Eu agradeço você ter me virado do avesso e ensinado a viver. 
Eu reconheço que não tem preço gente que gosta de gente assim feito você.


Gosto de olhos

Ou melhor, gosto de olhares. 
Um olhar. 
O olhar.
Nunca conheci olhos mais hipnotizantes que que os dele. 

Seus olhos me tragam por completa, me despem. 
Sinto-me nua quando estou no alcance do seu olhar. 
Não falo de roupas, mas de várias maquiagens que uso para cobrir/esconder certos pensamentos, sentimentos e sensações.
Os olhos dele tem uma força imensurável. 

Conseguem demolir muros existentes dentro de mim. 
Sim, porque dizer que existem barreiras dentro de mim seria muita modéstia da minha parte.
Os olhos dele me descobrem, encobrem, escondem-me e me mostram a ele. 

Olhos fortes. As vezes, atrevo-me a tentar traduzi-los… termino me perdendo dentro deles. 
São sempre tão fascinantes que não quero mais voltar ao mundo real.
Em horas, eles apenas me olham, em outras, eles me enxergam. 

E quando isso acontece, sinto-me estarrecida por ser ou ter tudo o que realmente sou no íntimo, descoberto.
Sempre fui aberta, mas claro, guardo algumas coisas apenas para mim. 

Agora, não posso mais… 
Esse é o preço que se paga por se apaixonar e amar um olhar que fragmenta e estuda cuidadosamente cada pedaço desse meu eu desconhecido pelo mundo.

Meu coração é um buraco negro


Um buraco tão fundo que me engoliu.
Um buraco negro!
Você foi cavando, cavando, cavando...
Até estar fundo o suficiente para eu me perder nele.
Um buraco negro!
A cada pedaço que você me tirava, aumentava essa cratera…
Cada beijo mal dado
Cada abraço fingido 
Cada ‘eu te amo’ mentiroso, você me afundava.
Agora estou aqui, como em areia movediça… quanto mais tento me salvar mais me enterro.
Morrendo a cada tentativa de viver
Afundo nesse buraco negro em que você me transformou.