"Quem és tu que me lês?

És o meu segredo ou sou eu o teu?"

- Clarice Lispector


 Com esse trecho eu recomeço minha jornada de escritos, amores e aventuras. A tanto tempo tenho me privado da folha e da caneta que chega a ser patética a minha caligrafia. Mesmo assim, quero esforça-me a compor uma nova história nesse papel em branco.

 Hoje acordei com um puxão da cama.
 Um puxão de um tal "amor", que me sacudiu, me olhou nos olhos do coração e me disse que se eu não me colocasse de pé e criasse coragem para viver melhor os meus dias, ele me me deixaria assim, jogada... deitada em prantos e vômitos dessa vida medíocre e sem graça, que você vive quando se escolhe viver, ou melhor, sobreviver, sem amar mais nada.

 Levantei-me. Abri as janelas do peito. Deixei o ar fresco entrar. Tirar a poeira. Os passarinhos cantarem. Enchi os pulmões e coloquei todas as nossas canções favoritas para tocar no velho toca-fitas. Coloquei a melhor roupa - aquela que você tanto gosta. Cantei o amor. Sorri para a alegria de viver e dei bom dia ao futuro.

 Jurei a quem me acordou, o amor, que não o deixarei mais partir.

 Então, te aviso, amor que aqui se reinicia a minha busca por ti e que os nossos reencontros e "segundos olhares" serão de uma vastidão imensuráveis.

 Prepare-se amor... Eu não mais te deixarei. Eu te buscarei e te terei mais uma vez aqui onde é o seu lugar. Sendo o meu segredo e eu sendo o seu.

O soar das novas notas

 A escrita já não é algo tão habitual dos meus dias e, talvez, você que "me lê" deduza que mais uma fase tenha se passado pela minha vida porém, engana-se quem assim pensa... O tempo é escasso, os olhos estão cansados e tudo isso pode ter contribuído para a falta do olhar minucioso e apreciativo de quem escreve.
 Mas, quero lhes falar que o amor que impulsionava os meus escritos e, até mesmo as minhas lágrimas, hoje é ainda maior!
 Alguns dos meus textos já falaram do RE-conhecimento do outro e, até de mim mesmo; Do segundo olhar e de como se apaixonar e amar todos os dias a mesma pessoa. E mais uma vez, é sobre isso que eu vou escrever...

 Sobre o rapaz a quem tanto amava e me deixou, os meus agradecimentos. A você, devo o amor maduro e concreto que hoje eu tenho.
 A esse tal rapaz, agradeço pelo homem que hoje ao meu lado permanece numa alegria constante e numa fé que tudo dará certo se estivermos juntos.
Esse homem, hoje é o meu homem. Que passou por dores e lágrimas, assim como eu, para poder está pronto para um amor que é reflexo do amor de Deus nas nossas vidas.
 Quando o conheci, algo nele me era familiar.O seu cheiro eu já conhecia. O seu calor me era lembrança. Suas feições não me eram estranhas e, muita coisa sobre ele eu já sabia porém, algo novo me atraia...
 O antigo rapaz com suas confusões e distrações partiu dando lugar a um verdadeiro homem com caráter renovado e coração entregue ao único e verdadeiro amor...

 Hoje o meu coração canta e a minha vida dança sobre o soar das doces notas do piano, que embalam a nossa doce rotina e nos abraçam todos os dias.

Gosto de escrever.
Não gosto do que escrevo.
Porém, há quem goste…

Voo

Mente voa como pássaro
Vai a vante como pardal
Que se cria solto no vento
Sem se importar com a direção.

Mente voa como pássaro
Que não sabe pra onde vai
Muito menos onde chega
Nem com quem vai encontrar.

Mente voa como pássaro
Como pássaro assustado
Com medo, a mente fica daquilo
Que a quer prender.

Como pássaro fugitivo
A mente, pra gaiola não quer voltar
Foge daquilo que a prendia
Pra lamúria não quer retornar.

Mente voa como pássaro
Como pássaro livre e sem casa
Não importa onde esteja
O que importa é não voltar.

O mundo não parou

Cai, e tudo continuou
Nada mudou.
As horas caminham sobre o meu corpo
O mundo me atropela
Enquanto procuro em algo para me apoiar
Olho para os lados...
Só vejo pessoas passando,
A vida correndo...
Os dias a mil...
O foco foi perdido - Por um tempo, apenas.
Algo maior me toma pela mão
Em um supetão, levanta-me!
Recomponho-me
Volto a atmosfera tumultuada que me cerca
Retomo o fôlego
Olhando para o alto
Prosseguir vou...

Penúria

Há um grito preso no meu peito
Um grito que contém o teu nome.
Há amor em excesso em tudo isso
Um amor que me consome

Me faz companhia no deitar
E não me deixa ao levantar.

Um sorriso se abre ao olhar a face
de quem dedico o maior amor
já descoberto por mim.
Lágrimas escorrem quando os meus olhos
te procuram até o horizonte,
e não encontram a razão do meu deleite nesse amor.

Os meus ouvidos procuram o veludo da sua voz...
Outros sons já me ferem a audição

Você insiste em longe de mim ficar
Não compreendes que aqui é o teu lugar
Não me resta mais nada além desse amor recordar.

Quero morrer de amor

Chorar.
Me acabar.
Quantas vezes for necessário.
Escrever sobre o que faz o meu coração sangrar
e declamar todo meu "eterno" sofrimento até não sofrer mais.
Chorar. Dormir. Acordar. Sorrir.
Até um dia, levantar da cama e resolver amar de novo,
sorrir outra vez um sorriso cheio de verdade.
Ser feliz de novo pelo mesmo motivo,
que é o AMOR, porém por "meios" diferentes.
Viver de amor pra depois morrer de amor.
Não importa!
As lágrimas veem juntamente com muitos papéis escritos de amores.
Quero viver como Vinícius...
Ah, meu querido Vinícius de Moraes!
Partiu tão cedo mas, soube viver
e morrer como ninguém por amor.

Assim eu quero prosseguir... Sempre pronta para amar!