Dia ensolarado. Estou no meio da tarde, nem
quente, nem fria. Resolvo escrever.
Fui tomada por uma surpresa a pouco que me
fascinou, me encantou. Ele veio até mim. Ele: O meu amado. Tomou-me em seus
braços e me beijou com um beijo terno. Entregou-me alguns de seus pensamentos
e, logo se foi. Foi querendo ficar, mas sei que logo, logo aos meus braços
voltará.
Me pego boquiaberta depois de ler, reler e ler
outra vez as descobertas que ele tem feito sobre o nosso segundo, terceiro,
quarto olhar. Fascino-me sempre a lembrar como tudo tem acontecido. É tudo
muito engraçado e, ao mesmo tempo, desnorteante. Não entendo. Não consigo. Algo
voraz tem me tomado dia após dia. Fica mais intenso a cada momento nosso que se
passa.
Olho-o bem nos olhos e consigo ver algo que para
mim é desconhecido, mas que alguém com uma sabedoria singular nomeou de “amor”.
Curiosa que sou, fui procurar o significado gramatical disto, e o que o dicionário
me ofereceu foi:
“Amor: Afeição profunda; Objeto dessa afeição;
Conjunto de fenômenos cerebrais e afetivos que constituem o instinto sexual;
Afeto a pessoas ou a coisas; Paixão; Entusiasmo.”
De certa forma, concordo com o dicionário, mas,
ainda falta muita coisa para se enquadrar exatamente nesse turbilhão que se
move constantemente dentro de mim.
Mas, como cheguei até esse assunto de “amor”?
Não falava eu sobre a surpresa que tive hoje? Ah! Pois bem, entendo agora como
repentinamente cheguei a tal discussão introspectiva. Não há como falar do meu doce
“com-sorte” sem me questionar sobre o que me toma todos os dias ao levantar, ao
deitar, ao respirar, pois gostaria de nomeá-lo, visto que, aquilo que
conseguimos dar nome é porque conhecemos certo?!
Porém, não conhecia até então, tal sensação que
tem me arrebatado desde o nosso REconhecimento. Por isso, o meu questionamento
sem fim sobre tal acontecimento extraordinário.
Contudo, apesar de certo incomodo por tanta
coisa nova e desconhecida, hoje mais do que nunca me sinto repousar num segundo
olhar que encontrei e permito-me deleitar ao ver sua face corada ao voltar para
este plano sendo recepcionado por um olhar singelo que guardei esse tempo todo
especialmente para ele, o meu amado.
E consigo perceber que não estou só como pensava
em meus devaneios. Estou acompanhada deste tal amor, já que não conheço palavra
mais bonita para toda essa definição.